
Biografia de Lydia Moschetti, Fundadora da ALFRS - Cadeira 01
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Lydia Moschetti fundou a Academia Literária Feminina do Rio Grande do Sul em 12 de abril de 1943, em Porto Alegre. Convocou as intelectuais da Cidade e do Estado (Alzira Freitas Tacques, Aracy Foes, Aura Pereira Lemos, Aurora Nunes Wagner, Beatriz Regina Fortunatti e Stella S Brum), e criou uma Academia Feminina, “um lugar de maior realce entre os valores contemporâneos e o merecido culto entre as gerações futuras”.
Dessa maneira, ao reeditar o livro “Autobiografia” de Lydia Moschetti, a Academia cumpre seu objetivo principal de resgatar, perpetuar e divulgar a memória de suas acadêmicas. Neste caso especifico de sua fundadora. Ao compartilhar seu legado a Academia fortalece e sedimenta a instalação do Memorial Feminino, um espaço cultural diferenciado na Cidade de Porto Alegre, criado através do Fundo Nacional de Cultura (Pronac Nº 06.8039) do Ministério da Cultura e pela Emenda Parlamentar apresentada pelo Dr. Alceu Collares.
Em 1907, com 17 anos, Lydia Moschetti chegou ao Brasil. Lecionava italiano no Rio de Janeiro durante o dia e estudava a noite. Com “voz de veludo”, segundo o professor de canto Provesi, lançou-se no teatro. Vida de brilho e dinheiro para ajudar no sustento da família.
Em 1917, conheceu o engenheiro Luiz Moschetti com quem casou-se quatro anos depois, na Igreja das Dores, em Porto Alegre no Rio Grande do Sul.
Lydia era uma intelectual. Foi romancista, poetisa, memorialista, ativista social, promotora cultural e filantropa. Casada com um empresário, dono de uma próspera fábrica de papel, Lydia, integrou-se às campanhas beneficentes e as senhoras de elite logo lhe destinaram a parte obreira de angariar recursos. Iniciava ali sua trajetória de benemérita e realizadora de uma grande obra social e assistencial ainda hoje prestando serviços comunitários. No caso do Banco de Olhos uma referência nacional de qualidade no atendimento.
Lydia Moschetti foi uma mulher corajosa, lutadora e cidadã. A cidadania, cujo termo exprime historicamente a relação do indivíduo com sua cidade (a “polis” na Grécia Antiga). Hoje, muitos confundem cidadania com nacionalidade.
Lydia acreditou na utopia da luta para minimizar o sofrimento dos menos favorecidos, mas não menos cidadãos. Ela tinha a compreensão do verdadeiro sentido dos direitos humanos evocado em nosso dias, modernamente.
Ela foi um exemplo de luta pelos Direitos Humanos quando assumiu o compromisso de construir uma sociedade baseada na não discriminação.
Através da imprensa atingiu um número maior de pessoas e permitiu que elas internalizassem e socializassem conscientemente uma visão solidária e benemérita da vida para vencer o medo e a miséria. uma sociedade injusta compartilhando o acesso a alimentação, educação, saúde, cultura e atividades sociais.
Lydia Moschetti é, sem dúvida, um modelo de Direitos Humanos muito antes dessa expressão ser popularizada. Ela trabalhou arduamente na construção dos Direitos Humanos pela cidadania, da caridade à dignidade.
Reverenciar sua memória e sua obra num momento em que a sociedade carece de modelos com desapego aos objetos de consumo e com perfil diferente daquele exibido pela midia e, sobretudo, pela sua obra cultural e social legada à cidade, mostrando que é possível ser solidário criando projetos consistentes e de abrangência a toda a sociedade, pois todos somos fonte de afeto e precisamos dar e receber, este é o principio da democracia solidária.
Eloá Muniz

Lydia Moschetti
Biografia da Patrona da Cadeira 01
Delfina Benigna da Cunha
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Leia a Biografia da Acadêmica Delfina Benigna da Cunha, Patrona da Cadeira nº 1 da Academia Literária Feminina do Rio Grande do Sul, clicando no ícone seguinte: